A arte que é produzida na periferia
- Seabra weblog
- 4 de jun.
- 2 min de leitura
Na periferia, nas favelas, nas quebradas, não se produz arte pela arte. A arte nasce do cotidiano, das urgências, das dores e potências do território. São as histórias de vida, as necessidades e os interesses coletivos que se transformam em produto cultural e o artista é o próprio morador.
Por Tássia Seabra

(foto da internet)
As letras, principalmente no funk, no rap ,e, um dia, também no samba, se tornam ferramentas de denúncia das mazelas que esses grupos enfrentam. E por isso são criminalizadas, censuradas, acusadas de fazer apologia. Mas o que incomoda não é o conteúdo. É a realidade que elas retratam e denunciam. Uma realidade que foge ao imaginário da elite burguesa, fascista e racista, que prefere seguir negando a existência e a dor da maioria do povo brasileiro: os que vivem à margem, sem acesso, sem direitos, mas com voz.
E o que aconteceu com Mc Poze, é projeto político, a Lei anti Oruam, é só mais uma estratégia de controle social e da perseguição histórica que as culturas oriundas das periferias sofreram e sofrem. Um dia foi lei da vadiagem, hoje é apologia. Mudam os nomes mas as práticas continuam as mesmas.
E nós seguimos denunciando! Pq o funk é um estilo de vida, ser funkeira , ser funkeiro é a escolha de milhares de Silvas brasileiros que pegam o ônibus e o metrô lotado com o menino Poze no ouvido. Que é um homem casado, pai de família e artista bem sucedido. É isso que incomoda.
Porque as @rmas e as drog@s que estão no baile todo final de semana, sabemos que não são Poze que fornecem.
“O que chamamos de realidade é apenas o senso comum de nossa cultura. Ignorar outras culturas é estar cego para outras realidades.”

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